A questão da relação entre a filosofia platónica e o teatro é muito debatida e já tem sido amplamente explorada, com atenção particular a estes dois aspectos: o problema ontológico e gnosiológico da mimesis, por um lado, e o problema da função pedagógica da poesia trágica e cómica, por outro. Nas páginas seguientes envergaremos por outro caminho pouco conhecido. Trata-se de comparar as stratégias das respectivas escritas, de Platão e dos dramaturgos, à volta de um problema comum à filosofia e ao teatro: o papel da ilusão na representação e na interpretação da vida política e intelectual da cidade. Mais especificamente, iremos comparar o mito da caverna, no livro VII da República e o diálogo entre Sócrates e Adimanto sobre a poesia no livro III, com alguns textos cómicos e trágicos de Aristófanes – Rãs e Paz – Sófocles – Antígona - e Eurípides – Bacantes.
A CAVERNA PLATÓNICA E O TEATRO DA CIDADE: O MITO DO LIVRO VII DA REPÚPLICA ENTRE BACANTES, RÃS, ANTÍGONA E PAZ
STELLA, Massimo
2011
Abstract
A questão da relação entre a filosofia platónica e o teatro é muito debatida e já tem sido amplamente explorada, com atenção particular a estes dois aspectos: o problema ontológico e gnosiológico da mimesis, por um lado, e o problema da função pedagógica da poesia trágica e cómica, por outro. Nas páginas seguientes envergaremos por outro caminho pouco conhecido. Trata-se de comparar as stratégias das respectivas escritas, de Platão e dos dramaturgos, à volta de um problema comum à filosofia e ao teatro: o papel da ilusão na representação e na interpretação da vida política e intelectual da cidade. Mais especificamente, iremos comparar o mito da caverna, no livro VII da República e o diálogo entre Sócrates e Adimanto sobre a poesia no livro III, com alguns textos cómicos e trágicos de Aristófanes – Rãs e Paz – Sófocles – Antígona - e Eurípides – Bacantes.I documenti in IRIS sono protetti da copyright e tutti i diritti sono riservati, salvo diversa indicazione.